estados da água

2013-12-28 21.15.44As nossas emoções são Água. Água pura. 

E tal como a água elas podem adquirir três estados. 

Podem ser frias, e cortantes como o gelo; 

podem ser fluídas como a água de um rio; 

ou podem evaporar-se e tornar-se leves como o vapor de água.

O problema do gelo, é a não assumpção do sentimento. 

Quando as emoções estão desligadas de nós (aparentemente), 

somos frios, distantes… o gelo não se liga aos outros… 

ele pode ser cortante! Contudo, o mais triste no gelo é que ele pode partir-se. 

É pois no seu próprio estado de reserva que se encontra a sua maior fragilidade!
As emoções cristalizadas têm de aprender a fragilizar-se, 

tem de aprender a literalmente derreter-se, deixar-se fluir, deixar-se sentir, deixar-se chorar. 

E as primeiras experiências de degelo serão naturalmente intensas. 

Um novo estado! Uma emocionalidade que arrasta e que pode levar tudo atrás. 

Contudo esta nascente que brota do interior, traz consigo a pureza e a promessa de um estado mais subtil. Por vezes esse rio de emoções flui sereno, outras cria rápidos, remoinhos, quedas d’água, 

mas algum dia desembocará sereno no mar.


E é com calor, com coragem, com o coração grato em acção, 

que essa imensa água emocional começa a evaporar e a ganhar leveza… 

Nesse estado, a emoção tudo envolve sem afectar demasiado, sem perturbar demasiado… 

Se surgir uma perturbação ela pode condensar um pouco e tornar-se por instantes fluída… 

Contudo, tendo nós adquirido o conhecimento do processo, 

podemos facilmente voltar a aligeirar o que sentimos e a trazer comunhão ao sentir.


É na beleza desta água sempre presente e ligeira, que reside a maior possibilidade de partilha equilibrada e harmoniosa… sem condensações, nem cristalizações.


O Amor é o calor que tem até o poder de sublimar o gelo mais ancestral… 

é só permitir que ele faça parte de quem somos, e nos torne coerentes connosco mesmos.

elo eterno

semearnos éons da matriz

reverbera este elo,

laço multidimensional,

que se une através de camadas de tempo

e névoas de memória.

toque que acorda o sentir

e desperta a alma,

em meia palavra

ou meio sorriso,

nu de máscaras,

para quem vê a essência.

elo de mel,

sedoso, aromático,

baunilhado,

livre dos preconceitos

e das ideias pobres

de quem se alcança apenas a si mesmo.

eterno o reconhecimento,

veludo do espírito,

que suave afaga

a leveza revelada

de um amor,

só amor,

com sentido.

privilégios

Caxias 07 Jul 2014 (1)

Este azul de Céu é um privilégio, tanto quanto a promessa contida nos contornos de cada nuvem que se dissipa abrindo espaço ao novo. E o Sol que espreita revela os seus domínios de Luz, e alimenta suave, estes pensamentos. E o fluxo do rio, contudo, que me lava a Alma, e regenera o sentir…

rumar para dentro

árvore PEQolvidar ilusões

que mastigo com a mente

sem fôlego

de pulsação desabrida

incorrem contos

que engolem a plenitude

da realidade,

esfumando-a onírica

num poema solto

que folga cantar

enlevos luminosos,

e a quem peço:

desabita o meu pensamento…

e o Verbo cala-se,

e a não-Luz sossega,

e a Consciência reconquista

a quietude,

que numa Iniciação passiva

confere plenitude

à iridescência da Alma

by ayur amrita

depois de algum tempo

 

“Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas. E começas a aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos e o futuro tem o costume de cair no vazio. Depois de um tempo aprendes que o sol queima se ficares exposto por muito tempo. E aprendes que não importa o quanto te importas, algumas pessoas simplesmente não se importam…

E aceitas que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-te de vez em quando e precisas de perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la e que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que os bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam. Percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e passarem bons momentos juntos.

Descobres que as pessoas com quem te importas mais na vida são levadas de ao pé de ti muito depressa. Por isso, devemos sempre deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas – pode ser a última vez que as vejamos.

Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobres que se leva muito tempo para se transformar na pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que não importa onde já chegaste, mas para onde estás a ir. Mas se não sabes para onde vais, qualquer lugar serve.

Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer prática. Descobres que, algumas vezes, a pessoa que estás à espera que te pontapeie quando cais, é uma das poucas que te ajudam a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários celebraste.

Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são parvoíces, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás enraivecido tens o direito de assim estar, mas isso não te dá o direito de seres cruel.

Descobres que, só porque alguém não te ama da maneira que gostarias que amasse, não significa que esse alguém não te ame com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como o demonstrar ou viver isso.

Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a te perdoares a ti mesmo.

Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, serás, nalgum momento, condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar atrás.

Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperar que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar… que realmente és forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tens valor diante da vida!”
atribuído a William Shakespeare